Por esses dias quem me acompanha no snap conferiu que fui no MACC ( Museu de Arte Contemporânea de Campinas – José Pancetti) e conferi a exposição: Bernando Caro, Kalendoscópio – Censura e Liberdade.
A exposição é especial e comemorativa pois marca 50 anos de arte em comum da carreira do artista Bernardo Caro e a inauguração do MACC. A trajetória artística de Caro muitas vezes se entrelaça, funde a trajetória do museu.
Faziam anos que não visitava e por esses dias me deu uma saudade dos tempos de escola que sempre estava por lá, mas para quem não sabe a criação do MACC, que foi fundado em 1965, foi a junção de esforços particulares, públicos e, principalmente, pela vontade e empenho de artistas de Campinas envolvidos com o movimento contemporâneo nas artes plásticas. O Grupo Vanguarda muito atuante na cidade formado artistas como por Edoardo Belgrado, Eneas Dedecca, Francisco Biojone, Franco Sacchi, Geraldo Jürgensen, Geraldo de Souza, Maria Helena Motta Paes, Mário Bueno, Raul Porto e Thomaz Perina e onde Bernardo Caro também foi integrante e contribuiu muito.
A exposição Bernando Caro, Kalendoscópio – Censura e Liberdade pretende fazemos um pequeno panorama da sua produção do artista. A equipe do MACC que supervisiona e faz a curadoria da exposição buscou selecionar as peças mais significativas de cada período.
Serão em torno de 80 obras entre gravuras, aquarelas, óleos, desenhos, instalação, maquete e vídeos.
Bernardo Caro , filho de imigrantes andaluzes, nasceu em Itatiba e ainda garoto a família muda-se para Campinas.
Pintor, gravador, desenhista, escultor, fotógrafo e professor. Caro dedicou-se sistematicamente à criação artística a partir de 1964, quando foi incorporado ao Grupo Vanguarda de Campinas.
A retrospectiva começa com a ebulição das décadas de 1960/70, anos emblemáticos na história política brasileira. Época de censura, de protestos, os artistas buscavam suas formas de protestar. Caro, não fica alheio a estes movimentos políticos culturais e se lança com arrojo e paixão no campo da arte de cunho experimental.
Em 1964, integra o grupo Vanguarda, atuante em Campinas que buscava renovar o recatado ambiente artístico da cidade, ainda acomodado à produção acadêmica. Realiza gravuras de teor abstrato para, logo em seguida, criar suas chamadas anti-gravuras, as quais se servem das paredes e muros da cidade como matriz. Investigador incansável, Caro deixa de lado a criação de gravuras abstratas ou de caráter aleatório e se dedica à produção de obras de claro caráter crítico-social e político e a Art Pop.
O artista participou de várias edições dos Salões de Arte Contemporânea de Campinas e das Bienais Nacionais e Internacionais de São Paulo, teve inclusive uma de suas obras censurada (Cavalo de Pau) por ter sido a obra foi equivocadamente censurada por uma suposta conotação política que Bernardo sempre negou.
Bernardo Caro atuou intensamente em sua carreira artística, durante os anos 2000, realiza uma extensa série de pinturas intitulada Neonlúdio que se divide em várias fases. Inicialmente trabalhos, figuras de mulheres sugeridas por linhas esquemáticas, mais tarde estas mulheres dividem a tela com cópias de mulheres presentes em obras-primas da história da arte, como Maja Desnuda de Goya, de 2003.
Entre 1996 e 2006 atuou como vice-cônsul honorário da Espanha em Campinas. Caro tornou-se um artista plástico de renome internacional, e morreu em 2007.
Curadoria: Fernando de Bittencourt
Iracema Salgado
BERNARDO CARO
Kaledoscópio: Censura e Liberdade
Museu de Arte Contemporânea de Campinas "José Pancetti"
Período: até 15 de novembro de 2015
R. Benjamin Constant, 1633
Centro - Campinas
Horário de Funcionamento:
Terça a Sexta das 9h às 17h
sábados 9h às 16h
domingos e feriados 9h às 13h
segundas fechado
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